quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Prés Valvulados McIntosh C8

Recebi um par de aparelhos para restauração... e esses são bem raros! Vocês já viram (ou ouviram falar) dos prés C8 da McIntosh? Estes foram um dos primeiros esforços da McIntosh dentro do mundo do áudio hi-end... o C8 foi produzido de 1955 até 1959, e é bem raro de ser encontrado aqui no Brasil, apesar de existirem alguns por aí.

Não quero criar um post muito longo. Como sabem, sou apaixonado pela estória de equipamentos valvulados antigos, então poderia contar a estória da McIntosh todinha aqui! Mas vou resumir apenas uma minúscula parte relativa aos primeiros prés lançados pela marca, como curiosidade.

O primeiro pré comercial lançado pela McIntosh foi o AE-2, em 1950. Em seguida foram lançados o C104 (ainda em 1950), o C108 (1954), o C4 (também em 1954), o C8 (1955), o C20 (1959), o C11 (1961) e finalmente o C22 em 1963. Além destes, existiram variações como o C4P, o C8P, o C8S e inúmeros outros modelos mais recentes que os listados aqui, obviamente. Como disse, apenas resumi rapidamente os principais e mais icônicos prés que a McIntosh fabricou em seus primeiros anos, em ordem cronológica. Os AE-2, C104, C108, C4 e C8 eram mono e alimentados pela fonte D8 ou diretamente pelos Powers (como os MC30 ou MC60), através do cabo Octal. O C20 foi o primeiro pré estéreo da McIntosh e sua versão Série 1 (o primeiro lançado, com a barra dourada horizontal na frente) é considerado por muitos como um dos melhores prés de todos os tempos, ao lado do Marantz 7. Steve Hoffman, por exemplo, o elogia muito em seu fórum.

Vamos voltar então ao C8! Recebi um par para restauração, que estava em péssimo estado. Péssimo é um eufemismo, pois estavam realmente muito, mas muito ruins! O estado estético estava deplorável e internamente todos componentes estavam fora de tolerância: os switches estavam oxidados, os eletrolíticos de fonte estavam totalmente secos, os conectores traseiros totalmente enferrujados e faltavam válvulas. Enfim, precisavam de uma restauração completa!

Capacitores eletrolíticos foram  abertos com Dremel e reformados 
com equivalentes modernos da Nichicon e Panasonic

Para quem não conhece estes prés, a grande vantagem deles sobre qualquer outro é sua habilidade de reproduzir qualquer curva de equalização para vinil já criada, graças a seus inúmeros filtros internos. Para quem coleciona LPs, principalmente os mais antigos, o C8 é um pré obrigatório de se ter! 
Vale lembrar que é um pré mono, então para estéreo serão necessários 2 aparelhos. 

Queria aproveitar este post para ressaltar que estes prés, se bem restaurados, possuem ótima sonoridade, e é por este motivo que os orientais procuram tanto este pré para usá-los com Vinil. São extremamente bem elogiados e procurados pelos japoneses. O grande problema é que poucos sabem como restaurar adequadamente aparelhos tão antigos: a escolha de cada um dos componentes é crucial para manter a sonoridade fiel à original. Além disso, a McIntosh soltou diferentes revisões destes primeiros prés (mantendo o mesmo modelo C8), que possuem circuitos internos diferentes! Ou seja, muitos possuem um par que, na verdade, não é um par. Tudo isso acaba contribuindo para um resultado muito aquém do que eles são capazes...

A restauração foi bem trabalhosa, mas com carinho e paciência, tudo é possível! Os aparelhos foram completamente restaurados. A performance final foi medida com um analisador de áudio e de espectro, e o resultado ficou excelente. O último teste, como sempre, foi a audição, por longas e prazerosas horas.

Bom pessoal, como sempre, estou à disposição para tirar dúvidas. Fiquem a vontade para comentar ou me procurar por e-mail.

Abaixo, deixo com vocês as fotos do antes e depois!


 McIntosh C8 antes da restauração

Par de McIntosh C8 após restauração,com suas
respectivas fontes de alimentação


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