quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Camerata Café

Olá leitores!

Queria compartilhar com vocês um lugar super legal na Korea. Não fui lá, mas está na minha lista de 'Places to visit before I die'.

O lugar se chama Camerata. É uma lanchonete/cafeteria, localizada em Heyri Art na Korea, não muito longe de Seoul.  

Camerata Café


Por fora, parece uma cafeteria comum, como qualquer outra. Mas as aparências enganam! Esta é uma cafeteria Hi-End! Isso mesmo... o proprietário criou um espaço para que as pessoas que apreciam música pudessem tomar um chá ou café tranquilamente, enquanto ouvem jazz, blues ou seus gêneros preferidos em um sistema ultra hi-end.


Dentro do Camerata Café


Não só o lugar é aconchegante, como os preços também são muito convidativos. Adultos pagam cerca de 9 dólares para entrar, estudantes cerca de 4 dólares... e o café e chá são gratuitos!!


Tabela de preços


Agora, vamos ao que interessa! Esse sujeito resolveu montar um negócio usando apenas caixas, drivers e valvulados super top de linha, da era de ouro: Western Electric, Klangfilm, Altec. O objetivo era exatamente criar um ambiente onde apreciadores de música pudessem relaxar e ouvir, com a maior qualidade possível, grandes clássicos e grandes nomes da música internacional. 



Os drivers e falantes instalados no Camerata


Além disso, o local possui um acervo enorme de discos. São cerca de 15.000. Lá,é claro, só se ouve Vinil. Nada digital.


Acervo na frente e amplificadores ao fundo


Infelizmente, ao contrário da cultural oriental milenar, nós ocidentais não somos tão ligados a música e arte, e creio que um lugar assim não faria grande sucesso. Os orientais são apaixonados por áudio vintage exatamente pela cultura antiga, pelo interesse na história e por suas tradições culturais milenares. 

Aqui no Brasil, um estabelecimento como esse só faria sucesso se tocasse funk ou sertanejo universitário...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Drivers e Cornetas ALTEC

Amigos leitores,

Dessa vez recebi alguns drivers ALTEC 807-8D e algumas cornetas 811B para restauração. São 4 cornetas e 4 drivers no total. Como de costume, os drivers estão com diafragmas não originais, e até mesmo os bones tradicionais da ALTEC (numerados 1 e 2) foram trocados por bornes comuns de pástico! 

Infelizmente, aqui no Brasil, é muito difícil encontrar as peças originais para reparo de itens vintage e a maioria das pessoas opta pelo caminho mais simples: restaurar usando a peça mais barata que se acha na lojinha da esquina. Isso atrapalha completamente o desempenho e resultado sonoro dos equipamentos, além de reduzir drasticamente seu valor, não só histórico como monetário! 

Felizmente, esses drivers acabaram sendo enviados para a Regence, e aqui as restaurações são feitas com extremo perfeccionismo. Já compilei a lista de todas peças que preciso e tudo já está a caminho.

Para despertar a curiosidade, vou deixar uma foto do que recebi, ainda sendo desembalado...

Desembalando os Drivers e Cornetas ALTEC

Aguardem, em breve inicarei a restauração destes drivers e postarei os detalhes aqui!

Grande abraço!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Valvulados Chineses

Já faz um tempo que tenho pensado em escrever um post sobre os valvulados chineses. Como todo mundo já sabe, cada vez mais estes aparelhos estão inundando o mercado, e eu gostaria de dar minha opinião e contar alguns fatos e estórias sobre minha experiência com esses aparelhos, de modo geral. Não entrarei em detalhes de marcas, etc. Meu intuito é apenas relatar minha experiência pessoal.

Vou começar contando sobre o último reparo que fiz em um valvulado chinês. Há alguns meses atrás, recebi um e-mail de um amigo e cliente de São Paulo:


"Bernardo, novamente entro em contato com você. Mas agora é para pedir sua ajuda.
Comprei um pequeno valvulado, com válvulas EL84. Comprei ele já com problemas...Ele funciona com som normal e muito bom, mas com um ruído até que bem audivel, mesmo tocando musica. O dono anterior, um amigo do RJ, tentou e mexeu nele, por esse motivo é que estou com receio de mexer nele. Prefiro confiar em você, que é meu amigo há tempos... um profissional e profundo conhecedor de valvulados. Por favor, me ajude dando uma opinião, de como devo agir." - R.B. - SP Brasil


Segundo o próprio relato do meu amigo, vários outros já haviam trabalhado neste amplificador anteriormente, mas nunca sanaram totalmente o problema. Pedi que me enviasse o aparelho para uma análise.

Valvulado VT-86PP com 'defeito misterioso'

Ao receber o aparelho, a primeira constatação foi que havia um par de trafos de saída chineses instalados embaixo do chassi. Os trafos de saída originais (que ficam encapsulados na parte de cima), estavam desconectados. Descobri que os trafos de saída haviam queimado e foram substituídos por outra pessoa por estes outros, que acabaram sendo instalado na parte de baixo do aparelho. Em seguida, analisei cuidadosamente todas as conexões e soldas. Este modelo de aparelho era vendido montado ou em forma de kit e poderiam existir falhas na montagem do aparelho. Não encontrei nada.

Todo trabalho de reparo e restauração é interessante e muito me agrada exatamente por esta parte 'investigativa', de se tentar entender o que houve, porque aconteceu ,e como impedir que aconteça novamente. As primeiras e mais importantes pistas foram o fato de ambos trafos de saída terem queimado. Isso não é nada comum... algo me dizia que os transformadores encapsulados podiam ter sido imersos em um epoxi condutor ou quimicamente instável, que poderia ter afetado a vida útil dos transformadores. Obviamente, minha atenção logo se voltou ao único transformador original que ainda estava em funcionamento no aparelho: o trafo de força. Resolvi desconectá-lo e testar individualmente cada um de seus enrolamentos e.... BINGO! Havia um curto entre o secundário de alta tensão (B+) e o enrolamento dos filamentos. Isso leva ao meu primeiro comentário negativo sobre o aparelho: os diferentes enrolamentos deveriam estar separados por uma camada de isolex ou material similar durante a confecção do transformador de força. Em um trafo de qualidade, um curto entre estes dois enrolamentos seria impossível, mas os chineses decidiram economizar alguns centavos.

O curto entre estes dois enrolamentos fez com que a tensão dos filamentos  fosse elevada para a casa dos 250V, um resistor que referenciava os filamentos ao ground acabou queimando e obviamente, o ruído de 60Hz apareceu na saída do aparelho. O transformador de força teria de ser reenrolado ou um novo teria de ser confeccionado.

Encontrado o problema, o próximo passo foi calcular um novo transformador de saída, capaz de suprir as tensões e correntes necessárias ao amplificador. Seu tamanho deveria ser tal que pudesse ser novamente encapsulado com epóxi no acabamento existente no aparelho, para manter o visual e originalidade. Mais um comentário negativo: o transformador de força novo, em lâmina EI comum, não caberia no aparelho. Mas como, se o original cabia? Simples: novamente os chineses resolveram economizar alguns centavos e subdimensionaram o transformador de força. A solução seria confeccionar um trafo com lâminas EI de grão orientado, muito mais caro, mas mais eficiente e menor, capaz de atender com sobra os requisitos de potência do circuito e caber no aparelho.

OK, um novo trafo em lâmina grão orientado foi feito, todo o aparelho foi testado, a resistência de filamento foi soldada... tudo perfeito! Faltava só a montagem final. Mas um grande mistério permanecia: porque TODOS os transformadores do aparelho queimaram? Visualmente, ainda sem remover a resina do encapsulamento, tudo parecia bem. Seria preciso remover a resina e investigar. 

A resina do encapsulamento metálico foi removida e... inacreditavelmente, só existia uma fina camada de resina!! Todos os transformadores estavam imersos em... AREIA! A areia reteve umidade, os transformadores enferrujaram completamente, os enrolamentos foram corroídos e se danificaram. Terceiro comentário negativo: os chineses, para economizar mais alguns centavos, colocaram apenas uma mínima camada de resina para simular que os trafos estavam todos imersos em resina... enquanto na verdade, usaram areia de praia comum, úmida, que destruiu os transformadores, um a um. Ao encher de areia, também 'simularam' um maior peso, levando os compradores a acreditarem que o aparelho era mais robusto e que seus transformadores eram bem pesados e superdimensionados.

O resumo da estória é que o aparelho foi reparado e todos os problemas foram sanados. O meu amigo e cliente ficou satisfeito!

"Bernardo, já recebi o aparelho e já está tocando.
Muito obrigado por este importante serviço que me prestou.
Muito obrigado mesmo!!' - R.B. - SP Brasil


Fico muito feliz por poder ver a alegria com que ficam meus amigos com os reparos que faço, pois faço tudo com muita dedicação e afinco. Neste caso aqui, especialmente, fica uma lição: apesar do aparelho ter custado um valor uma ordem de grandeza menor que os de uma grande marca, seu custo final, considerando-se tudo que foi feito durante a breve e conturbada vida do aparelho, acabou se tornando muito, mas muito maior, devido ao grande número de reparos. O barato, aqui, acabou saindo caro.

Não conheço e não efetuei reparos em todos os valvulados chineses que existem no mercado, portanto, não posso generalizar meus comentários. No entanto, gostaria de pedir cautela a todos aqueles que pensam em investir neste tipo de aparelho. Muitas vezes os chineses fazem algumas economias que tornam os equipamentos pouco robustos e até mesmo perigosos. Existem relatos de incêndio e choque em usuários de alguns destes aparelhos em fóruns pela web. Além disso, o número de componentes falsificados usados é altíssimo:


Transistor chinês falsificado


Capacitor chinês falsificado


Válvulas Telefunken ECC803S falsificadas


Simulação de válvula sendo usada em um circuito,com LEDs


Capacitores Wima falsificados


Acredito que 99% dos fabricantes chineses compram componentes no mercado chinês (devido aos baixíssimos preços praticados), de distribuidores não autorizados (que comercializam componentes falsificados de grandes marcas como ELNA, Nichicon, Panasonic, Wima, etc). A maior parte destes componentes de procedência duvidosa possuem baixo desempenho e comprometem a segurança e qualidade dos aparelhos.

Todos componentes que uso em meus reparos e restaurações são comprados diretamente da Farnell, Digikey e outros grandes distribuidores oficiais de componentes eletrônicos de altíssima qualidade, dentro e fora do Brasil. Não posso comprometer a qualidade de meus serviços por conta de componentes falsificados.

Resumindo: a China possui grandes marcas de aparelhos valvulados e um preço muito competitivo. Mas como diz o ditado americano: 'There ain't no such thing as a free lunch', ou como dizemos por aqui, quando a  esmola é demais, o santo desconfia. Tenham cautela ao comprar estes aparelhos e façam sempre uma compra consciente e planejada. Os amplificadores chineses são normalmente bonitos e bem acabados, mas o grande risco está onde os olhos não podem ver: eu jamais imaginaria que os transformadores daquele amplificador que reparei estariam cheios de areia úmida.

Grande abraço a todos e Happy Listening!


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Prés Valvulados McIntosh C8

Recebi um par de aparelhos para restauração... e esses são bem raros! Vocês já viram (ou ouviram falar) dos prés C8 da McIntosh? Estes foram um dos primeiros esforços da McIntosh dentro do mundo do áudio hi-end... o C8 foi produzido de 1955 até 1959, e é bem raro de ser encontrado aqui no Brasil, apesar de existirem alguns por aí.

Não quero criar um post muito longo. Como sabem, sou apaixonado pela estória de equipamentos valvulados antigos, então poderia contar a estória da McIntosh todinha aqui! Mas vou resumir apenas uma minúscula parte relativa aos primeiros prés lançados pela marca, como curiosidade.

O primeiro pré comercial lançado pela McIntosh foi o AE-2, em 1950. Em seguida foram lançados o C104 (ainda em 1950), o C108 (1954), o C4 (também em 1954), o C8 (1955), o C20 (1959), o C11 (1961) e finalmente o C22 em 1963. Além destes, existiram variações como o C4P, o C8P, o C8S e inúmeros outros modelos mais recentes que os listados aqui, obviamente. Como disse, apenas resumi rapidamente os principais e mais icônicos prés que a McIntosh fabricou em seus primeiros anos, em ordem cronológica. Os AE-2, C104, C108, C4 e C8 eram mono e alimentados pela fonte D8 ou diretamente pelos Powers (como os MC30 ou MC60), através do cabo Octal. O C20 foi o primeiro pré estéreo da McIntosh e sua versão Série 1 (o primeiro lançado, com a barra dourada horizontal na frente) é considerado por muitos como um dos melhores prés de todos os tempos, ao lado do Marantz 7. Steve Hoffman, por exemplo, o elogia muito em seu fórum.

Vamos voltar então ao C8! Recebi um par para restauração, que estava em péssimo estado. Péssimo é um eufemismo, pois estavam realmente muito, mas muito ruins! O estado estético estava deplorável e internamente todos componentes estavam fora de tolerância: os switches estavam oxidados, os eletrolíticos de fonte estavam totalmente secos, os conectores traseiros totalmente enferrujados e faltavam válvulas. Enfim, precisavam de uma restauração completa!

Capacitores eletrolíticos foram  abertos com Dremel e reformados 
com equivalentes modernos da Nichicon e Panasonic

Para quem não conhece estes prés, a grande vantagem deles sobre qualquer outro é sua habilidade de reproduzir qualquer curva de equalização para vinil já criada, graças a seus inúmeros filtros internos. Para quem coleciona LPs, principalmente os mais antigos, o C8 é um pré obrigatório de se ter! 
Vale lembrar que é um pré mono, então para estéreo serão necessários 2 aparelhos. 

Queria aproveitar este post para ressaltar que estes prés, se bem restaurados, possuem ótima sonoridade, e é por este motivo que os orientais procuram tanto este pré para usá-los com Vinil. São extremamente bem elogiados e procurados pelos japoneses. O grande problema é que poucos sabem como restaurar adequadamente aparelhos tão antigos: a escolha de cada um dos componentes é crucial para manter a sonoridade fiel à original. Além disso, a McIntosh soltou diferentes revisões destes primeiros prés (mantendo o mesmo modelo C8), que possuem circuitos internos diferentes! Ou seja, muitos possuem um par que, na verdade, não é um par. Tudo isso acaba contribuindo para um resultado muito aquém do que eles são capazes...

A restauração foi bem trabalhosa, mas com carinho e paciência, tudo é possível! Os aparelhos foram completamente restaurados. A performance final foi medida com um analisador de áudio e de espectro, e o resultado ficou excelente. O último teste, como sempre, foi a audição, por longas e prazerosas horas.

Bom pessoal, como sempre, estou à disposição para tirar dúvidas. Fiquem a vontade para comentar ou me procurar por e-mail.

Abaixo, deixo com vocês as fotos do antes e depois!


 McIntosh C8 antes da restauração

Par de McIntosh C8 após restauração,com suas
respectivas fontes de alimentação


Audio Research D-76

Há algumas semanas atrás estive com um amplificador valvulado Audio Research D-76, que me foi enviado para reparo e revisão.

Este modelo foi fabricado de 1974 até 1977, quando foi descontinuado pela Audio Research.Utiliza 4 válvulas 6550 na saída (sim,existe uma quinta válvula, mas esta faz parte da fonte). O modelo que recebi é o D-76 original, que foi posteriormente substituído pelo D-76A em 1975.

O aparelho que recebi estava com um resistor de 1k do circuito AC balance queimado e o Bias completamente desregulado, sendo que as válvulas ainda eram originais. Provavelmente a última vez que ajustaram o Bias dele foi na fábrica!

O AR D-76 usa um sistema para ajuste do Bias bem incomum: o ponto de medição é um plug P10 (tive que confeccionar um cabo especificamente para poder trabalhar com ele) e a corrente é medida diretamente, e não indiretamente como uma queda de tensão em um resistor shunt. Bem incomum mesmo!

Felizmente, isso era tudo que precisava ser feito. Testei todas as válvulas, limpei os pinos de cada uma e realoquei-as no aparelho de forma que ficassem o mais casadas possível.

O aparelho tocou lindamente por horas (sempre faço um burn-in em funcionamento e ouço cada aparelho após todos os reparos, para garantir que tudo está OK) e já foi entregue de volta ao cliente!

Time to move on! Next one please!

Audio Research D-76

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Driver JBL 2420

Como já havia comentado em meu post anterior, estou restaurando um par de caixas de estúdio JBL 4333. Para aqueles que gostam de ler as informações de equipamentos vintage, os encartes originais desta caixa podem ser baixados no site da JBL neste link: JBL 4333.

Estas 4333 que chegaram até mim estão realmente precisando de carinho rs... infelizmente ambas estão com os diafragmas dos drivers de médios 2420 danificados. Abri cada um dos drivers e, apesar de ainda estarem com os diafragmas tangenciais originais de 16 Ohms em alumínio, ambos estão rasgados. Provavelmente alguém abusou bastante destas caixas! 

Além dos danos nos diafragmas, como era de se esperar,  as espumas internas dos drivers, após tantos anos, estão completamente deterioradas e se esfacelam com um leve toque. Por sorte, a JBL USA ainda tem todas as peças originais para o reparo, inclusive as espumas!  É sempre um prazer poder restaurar itens icônicos como estas caixas e poder deixá-los em estado 100% original, graças ao comprometimento destas grandes empresas em permanecer fabricando peças de reposição, mesmo após as caixas terem sido descontinuadas há décadas!


 Diafragma e espuma deteriorada

Diafragma tangencial original



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

JBL 4333

Dessa vez chegaram até mim para restauração um par de caixas JBL 4333A. Estas são a versão Pro/Estúdio das JBL L300, caixas muito famosas e desejadas entre audiófilos.

As caixas chegaram com os woofers danificados (um cone cortado, outro não original), diafragmas dos médios (2420) estourados, telas frontais caindo aos pedaços...

Já iniciei o processo de restauração, anotando tudo que deve ser encomendado para que fiquem 100% originais. Serão encomendados dois diafragmas D16R2421 para os médios, dois recone kits C8R2235 para os woofers 2231A em Alnico, tecido 'JBL Blue' para refazer as telas frontais, além de outros componentes menores. Por sorte, os dois diafragmas dos tweeters 2405 (iguais aos 077) estão originais e perfeitos.

O processo está apenas começando, mas deixo para vocês uma foto das caixas em seu estado atual (não reparem o aspirador na foto, estava limpado o interior! Até papel de bala tinha lá dentro...).


P.S. Para os curiosos, sim, atrás da caixa estão dois painéis para tratamento acústico...